sexta-feira, 8 de julho de 2011

beato

Sei que sou um bom homem agora
pelo simples fato de estar escrevendo
versos melhores.

Aproveito a clareza dentro da minha alma
e digo (para teu espanto) que deus

é aquele livro de D. Quixote cujas páginas
estão marcadas pelo suor dos meus dedos.

Aliás, deus é toda a estante:
remédios na cestinha,
fotografias, estatuetas,
cds, bilhetes.

Em outro tempo fui um homem mau
porque escrevia versos ruins.

[e como eu sofria
para ver deus
em algum
objeto]

4 comentários:

  1. Admirável a poeticidade de quem já é pai das palavras... Mto prazer poeta! Apreciando bastante seu espaço... Bjota! Apreciando bastante seu espaço... Bjo

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  2. deus nos livros. imagem arrebatadora, poeta-amigo! o panteísmo na sua expressão maior.
    um abraço!

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  3. Onipresença, é uma boa maneira de ver deus.
    abraços!

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