segunda-feira, 6 de junho de 2011

as três marias

Cansei-me dos meus olhos.
Se pudesse arrancá-los
e deixá-los de molho
em um copo
de vinagre,
fazia-o.

Mas os olhos berram, falam alto, chamariam atenção das estrelas.
Tenho medo que as estrelas despenquem dos céus dentro
do copo de vinagre tentando salvar meus olhos.
Não duvido.

Deus quando bebia vinho na taberna
e fez as estrelas e as jogou pro alto

a única lei foi que mesmo mortas
elas se conservassem servas
dos olhos do bardo.

Pelo visto essas meninas ainda levam a sério.
Pois sempre que morrem fingem-se vivas
e brilhando (tudo para que os poetas
não esqueçam seus antigos
amores)

8 comentários:

  1. Lembrei do meu:

    Na noite, gigante
    a saudade aproveita
    a pouca luz
    e vem
    sorrateira

    a poesia é prece
    que o poeta ateu
    reza à estrela
    sua musa
    primeira


    Beijo, querido.

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  2. o final do poema está de cortar a respiração

    será que as três Marias são três?

    Beijo

    LauraAlberto

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  3. Puro deslumbramento, meu querido Domingos!
    Versos lindos demais!
    As Três Marias...
    Que apelo para os nossos olhos !
    Abraço muito, muito apertado e preenchido de reverência.

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  4. Lara, não há como medir meu encanto
    o deleite que sinto por tanta cumplicidade poética
    ...


    beijo carinhoso,
    querida.

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  5. Laura, as três marias são infinitas constelações de arrebatamentos
    e um sem fim de quimeras
    ...



    Beijo carinhoso.

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  6. elevada poetisa e amiga Zélia,
    outro abraço bem apertado
    e a reverência é minha
    diante da tua alma
    deslumbrantemente
    tão sensível
    ...

    tenhas um mágico dia.

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  7. por isso enganam e são falsas as estrelas, oferecem o que não mais possuem feito aquelas passantes silentes da calçada em seus trajes de ofertório,


    abraço

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  8. e sempre nos encantamos
    e nos sujeitamos
    a todo tipo
    de pilhérias
    ...


    forte abraço,
    irmão Assis.

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