domingo, 22 de maio de 2011

reforma

Os passarinhos devem estar desorientados.
Podaram a árvore e não lhes avisaram.
Também era a minha predileta.

Quando a lua cheia nela batia
um dos galhos entrava pela janela.

Entendia o sinal,
pulava da varanda.

Lá no alto da copa
a lua me contava
como fora seu dia.

Sobretudo da sua última briga
com o dragão de são jorge.

É um amor impossível.
Mas eu  nunca lhe disse.

A lua cheia é sensível
igual a mulher grávida.

Aliás, a lua cheia
é uma mulher grávida.

Já sabendo disso
eu levava no bolso
chocolates e pitangas.

Ficávamos até o amanhecer ela fazendo tricô
eu rabiscando uns versos e sempre havia
um passarinho acordado fingindo
que dormia.

8 comentários:

  1. Queria chocolates e pitangas para me salvar neste domingo... e se a lua aparecesse na minha janela, agora, juro que choraria...
    Abçs.

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  2. Vc é poeta que expressa anseios, e que satisfaz desejos até da lua! ;)

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  3. a lua é ávida por gestações, ciclos, quadrantes



    abraço

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  4. camarada Franck,
    chocolates e pitangas
    é uma boa escolha

    quanto à lua
    deixe que ela veja
    suas lágrimas
    ...

    forte abraço.

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  5. Lara (Alma Sensível Que Levita)
    espero que sempre me venham ver
    essas luas (afinal o desejo
    é mais meu que delas)

    Beijo carinhoso.

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  6. e sobretudo por loucos
    e poetas (ou ambos
    em um só embrulho)

    forte abraço,
    irmão Assis.

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  7. És fantástico!

    Sua poesia é fértil feito a lua cheia.

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  8. Crisântemo,
    e cada filho dessas luas
    são também meus rebentos
    ...

    beijo carinhoso.

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