sábado, 21 de maio de 2011

a última flor

Durante minha ausência
você abriu tantas portas

que é impossível voltar
pelo mesmo caminho
para a mesma casa.

Minha diversão agora
é ver minha sombra
noutras calçadas

ora bebendo água da chuva
ora bronzeando o pescoço.

Seu pecado foi abrir tantas portas ao mesmo tempo:
reina uma confusão de brisas, cheiros, folhas secas.

Eu que não sou bobo fujo da sua rua
sempre que vou comprar pão.

Ainda tenho medo que a sua porta aberta me convença
que tudo mudou que é outro momento que a vida é bela.

6 comentários:

  1. Tanta porta aberta sugere destinos vários.
    Um poema de aromas que encerra infância, juventude e velhice.
    Belo, belo, Domingos.
    Parabéns e espero que esta não seja a última flor de sua lavra poética.

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  2. Camarada Paulo,
    o jardim todo dia
    é mais florido
    quando abrimos
    bem os olhos

    a última flor
    amanhã já é outra
    ...

    "Um poema de aromas que encerra infância, juventude e velhice"
    é isso mesmo.

    Forte abraço

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  3. o medo é algo que engessa e paralisa, não nos esqueçamos que certas flores, odores, sabores, e novos caminhos só existem porque existimos, permitimos...

    beijão nesse sábado, Domingos!

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  4. existir é a dádiva
    basta estar atento
    ...

    beijo carinhoso,
    Canto da boca.

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  5. o paradoxo da sedução: quantos mais caminhos, mais variantes


    abraço

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  6. é isso, irmão Assis
    e quanto mais voltas
    anseios e febre
    ...

    forte abraço.

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