quinta-feira, 11 de agosto de 2011

o bom vento de agosto

No meu braço há um sinal.
Mudou de tamanho com o tempo.

Mas tenho a lembrança dele
desde que abri os olhos
no berçário.

E ao abrir o olho direito
surpreendi uma enfermeira
lavando esse sinal com éter e iodo.

Parece uma sombra de uma nuvem
sobre a água parada de um rio triste.

Quem não tentaria apagar tal sinal.
Primeiro a enfermeira, depois a madrinha,
todas as namoradas e por último eu próprio
após perceber a ilusão do presságio
de nascença.

Em breve farei uma tatuagem
encobrindo o que um dia
fora uma nuvem apática
sobre um rio turvo.

D. Quixote com sua lança
e aquele olhar de louco,
esta a tatuagem.

Um comentário:

  1. engraçado que reputam agosto mês aziago, mas os ventos mudam como aqueles moinhos,

    abraço

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