quinta-feira, 25 de agosto de 2011

a doçura do tristonho

Antes que eu volte à leitura,
permita-me admirar as suas costas nuas.

Um dia desenharei uma árvore
e escreverei nomes

da sua nuca passando
por toda sua espinha
e costelas;

e pedirei, sorrindo
e brincando, para
que você me diga
que árvore plantei
que nomes escrevi.

Não sei se você ouvira falar,
mas no meu tempo de anjinho

havia essa brincadeira delicada,
esse jogo sensual,

de desenhar coisas
e escrever nomes
nas costas nuas
da amada.

Em centenas de meninas
desenhei o jardim botânico

e nenhuma delas cresceu
sequer uma florzinha
na varanda.

Fiquei apenas com os nomes.
Uma longa extensão de areia de praia.

Inevitavelmente vêm as ondas
e também levam os nomes.

7 comentários:

  1. Pois é, Domingos. Assim é a vida.
    Um poema bonito, doce e nostálgico.

    Abraço pra você.

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  2. oh, poeta, emociono-me com a beleza outonal deste dizer. do que plantamos a certeza de para sempre vivermos. mesmo que na memória que nos emoldura homens e mulheres.
    um abraço, querido amigo e poeta imenso!

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  3. Encantada com suas memórias e gestos delicados expressos nesse poema encantado.

    Lindo texto!

    Aguardo seu poema lá no meu blog!

    Beijos

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  4. Gostei bastante de seus poemas...um que chamou mais minha atenção: "soul". Voltarei. Abraço

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  5. Adivinha? Você sempre me surpreende...

    Beijos de bom dia, bruxo benigno!

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  6. Belíssimo este modo de plantar ternuras. Há uma grande delicadeza em tudo o que escreve...

    Um beijo

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