domingo, 14 de agosto de 2011

magia

Esqueci como se deita sobre o colo de quem se ama
e treme os olhos admirando o brilho das estrelas.

Creio que somente os sapos e suas sapinhas
ainda nutrem dentro da alma essa loucura.

Porque de fato é loucura.
Vai que desaba uma estrela
dentro do olho do apaixonado.

Como haverá de nascer o dia
(com suas batalhas e seus medos)
ora sombra e ora fresta
debaixo da porta.

O apaixonado para sempre será outro
a carregar um brilho falso de cadáver.

Porque as estrelas quando morrem
escrevem versos no espaço
e iludem.

Não esqueci esse clima de morte
e de festejo quando deitado

no colo de quem se ama
a cada intervalo de beijo

vem a terrível dúvida
do amor que se sonha
e do amor que já foge.

Os humanos são apenas tímidos arautos
de um sentimento nobre e exclusivo
dos sapos e das suas sapinhas.

Porque um dia esses sapos
e essas doces sapinhas
foram príncipes
e princesas.

Conheceram de perto os degraus do palácio
e agora, anfíbios, cantam enfeitiçados
boiando na água escura do pântano.

4 comentários:

  1. Eu amo, amo, amo te ler. Teus poemas são fabulosos, cheios de engenho e originalidade. Você me surpreende sempre e preciso ser surpreendida.
    Estou sempre por aqui, ainda que na ponta do pé. Sabes disso, né!

    Beijo no poeta Barroso e no papai Domingos.

    Crisântemo.

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  2. é de encantos que os sapos e as sapinhas coaxam o lirismo de pântano, as estrelas enganam quando se olha do colo da amada, miro-as de soslaio


    abraço

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  3. É um risco e o seguro não cobre os danos. Um abraço, Yayá.

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  4. "vem a terrível dúvida
    do amor que se sonha
    e do amor que já foge.

    Os humanos são apenas tímidos arautos
    de um sentimento nobre e exclusivo
    dos sapos e das suas sapinhas."

    kkkkkkkkkk
    Demais isso. Eu amo amar.

    Abraço em ti. =*

    P.S. Você não me disse ainda que vai participar da festinha do meu blog. Quero um poema seu no dia 29!

    =)

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