Se você olhar bem
as palmas das minhas mãos
verá calos da lavoura em que trabalhei
para matar a sua fome e das flores
que cultivei na entrada do seu jardim
para que você nunca desconfiasse das abelhas.
Se olhar com mais atenção
também verá navios fantasmas,
balões do século XIX e templários
cavalgando em meio a brumas e luzes.
As palmas das minhas mãos
são relíquias da eternidade
do seu silêncio.
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