sábado, 21 de novembro de 2020

Os monges copistas

Se você olhar bem

as palmas das minhas mãos

verá calos da lavoura em que trabalhei


para matar a sua fome e das flores

que cultivei na entrada do seu jardim

para que você nunca desconfiasse das abelhas.


Se olhar com mais atenção

também verá navios fantasmas,

balões do século XIX e templários

cavalgando em meio a brumas e luzes.


As palmas das minhas mãos

são relíquias da eternidade

do seu silêncio.

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