terça-feira, 17 de novembro de 2020

Devaneios

Não durmo,

aflito, pensando:

Que fim você dará

aos seus batons, baby?


Nesse tempo de treva

a sua boca vive oculta 

dos bárbaros e flautistas

e me dói a dor dos rivais.


Acredite, baby, prefiro aquele ciúme de outrora quando os cavalheiros

cortejavam o seu beijo atraídos por seus lábios fatais dos batons líquidos.


Até sonho com você sem máscara

assoprando delírios de luxúria

aos mercadores de Veneza.


Ah, baby, não jogue ao lixo

os seus batons de mil batalhas,

incríveis loucuras e doces vitórias.


Haverá o dia da marca do seu batom 

na minha última carta, ou eu cegue.

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