sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Gafanhotos

Quem se importa

por um poema

senão aquele

ser inocente


entre as palavras

e a vontade de morte. 


O poeta alegre

é patético

e se vive

triste


é tão tão

ridículo.


O mundo gargalha

do poeta trôpego

pelas ruas 


distribuindo dinheiro

e dizendo para as pessoas

o quanto são puras e doces.


Ah, quanta loucura

e quanta dor.


E o cego busca uma luz 

onde o campo de girassóis

já sofreu da última tempestade.

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