Corvo que aproveita a vida
adora cantar um blues
bebericando um copo
de uísque
na ponta
do bico
entre as névoas
do pântano
e a clareza
da intuição.
Passa séculos lendo romances psicológicos
escrevendo os seus poemas obscuros
acariciando as próprias penas.
Vê em tudo estupidez
e nos olhos dos amigos
uma inocência patética
que pode matá-lo de tédio.
Entende bem a loucura
de quem ama e foge
do ringue.
Oferece às fêmeas grãos de girassóis
mais pele e carne e ossos de jacaré.
Qualquer cretinice que o irrite
voa para longe e se esquece
do pântano, das névoas,
da lua cheia de outono.
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