sábado, 17 de outubro de 2020

Arrebóis

Não há o que decifrar

no canto dos pássaros

e nos seus trejeitos

campestres,


ainda que pássaros

de calçadas de bares


as nuvens têm cheiro

de crianças soltas.


Que os pássaros cantem

e conversem entre si

o que minha mente

suporta e delira.


Não há conflito,

dores de cabeça,

maus presságios.


Sei que não sou o que a Verdade

pensa dos meus botões e me acolhe


em sua suprema

simplicidade


(ou indiferença?)


Os pássaros se bebessem vinho

acordariam dos seus sonhos

e o mundo em volta

seria trágico.


A poesia equilibra

os meus voos


e me faz mendigo

dos meus passos.

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