que o estímulo das multidões
é a ignorância, passamos então
a amar a solidão e adorar os objetos.
No meu caso, sobretudo
a xícara branca de café.
Já se foi o tempo em que fazia
negócios com a poesia e o mundo
girava em torno da minha obsessão
por sombras que lessem meus poemas.
Quem hoje em dia vier à minha casa
saberá que em cada palavra
existe um transtorno.
Não há outro meio particular de ver o sol
dentro da bota engolindo a meia
ou de uma flor debaixo
da escrivaninha
se não for
pela poesia.
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