Os porcos-espinhos
não têm dias fáceis.
Entretanto,
não lhes faltam
palitos para palitar os dentes.
Veja só, minha querida,
como anda a minha cabeça:
olhando para o pano de chão
contemplo um elefantinho contente
com uma cara de bonachão de quem
passou a madrugada inteira mamando.
Existem espinhas nas minhas costas
tão tristes, minha senhora.
Não tiveram a mesma sorte
de outras outrora espremidas
por suas unhas de esmalte vermelho.
Agora, diga-me qual o sentido
entre a infelicidade dos porcos-
espinhos, o deleite do elefantinho
a solidão das espinhas das minhas costas?
Veja só, minha querida,
como anda a minha cabeça.
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