quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

quimeras de Éolo

O meu amor é amputada das duas pernas.
Sou eu quem a leva ao banho e molha
seus cabelos e enxuga suas costas
e a joga pro alto feliz.

À tardinha desço com o meu amor nos braços
e sentamos na calçada admirando as andorinhas.

Conversamos sobre quase todo tipo de assunto:
ocultismo, tragédias, bons livros, boa música.

O meu amor amputada das duas pernas
quando sente frio abraço-a e subo
os degraus do apartamento
sem descolar meus lábios
dos lábios dela.

Na cama antes de dormir
nós fazemos amor enlouquecidos.

Nesses momentos de tesão
(grunhidos e suor) penso
que não amaria tanto
o meu amor

se o meu amor
tivesse as duas pernas
feito uma garota comum.


Um comentário:

  1. Chego aqui e leio vários poemas...Chegar demora. Sair demora. Estou lendo. Depois nos falamos...rs
    Beijos

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