Aceite, filho,
o seu poema ingênuo.
Aceite aquele olhar tenro e infantil.
Aquela voz debaixo do travesseiro.
Alimentou o seu cãozinho hoje?
Brincou com a sua formiguinha?
Não vejo um poema caminhar tão elegante
quanto aquele poema trôpego de inocência.
Inocente dor, filho.
Aceite a sua inocente dor.
As suas artérias já foram um bom prato.
As suas lágrimas já mataram a sede de muitos deuses.
Já trocou as rosas brancas
do jarro de vidro? Ontem
eu vi a água escura.
ResponderExcluir[inerte a dor,
nada ao acaso
enquanto dura.]
um imenso abraço, Domingos
bL