quarta-feira, 7 de setembro de 2011

dádiva

Já troquei a água das duas meninas.
Uma dentro de um jarro de vidro.
A outra dentro de um cilindro
de bambu.

Ambas ronronaram (dengosas)
ao tocar-lhes as folhas
e as raízes.

Talvez a mesma
espécie.

Não entendo muito de botânica.
Só do coração das meninas.

E ao tocá-las (é um dom, imagino)
suas folhas e as suas raízes tremem
dentro da minha alma.

Dentro da minha alma.

É isso, dentro da minha alma
todas as meninas da terra
sabem que sou um jardineiro.

E se houver meninas nas nuvens
saberão que sou um anjo.

6 comentários:

  1. Olá Domingos,

    Que delícia de poesia!
    E não menos delicioso, é você.
    De meninas, percebe bem, mas de flores também.
    Caso não, elas não tremeriam nas suas mãos, na sua alma.
    Bom feriado.

    Beijos dependentes de luz.

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  2. ai, essas mãos com seiva na pele e o mistério dos dias a preencher as linhas da vida.
    quem resiste ao teu canto, poeta da verdade das coisas simples?
    abraço!

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  3. Domingos,

    (Até agora) HOJE foi uma dádiva para mim também...

    Como diria QUINTAna (nesta quarta-feriado):

    Hoje é um novo dia!

    Lindo seu poema de flores que antecem a primavera!

    Bjs,
    Carol

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  4. Que lindo Barroso!
    Delicado, sensível e forte... como são as flores e a emoção que elas nos proporcionam...
    Adorei sua poesia e seu blog!!!
    Quando puder me viste...
    Bjs da "prima",

    Rita Barroso
    http://www.chikitabakana.com

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  5. As flores, ah... as flores...
    As flores sempre farão parte do imaginário do poeta. Aos poetas, flores não são bonitas meramente - nem seu cheiro é o de mais atraente. Aos poetas, as flores lhes comovem - e em sua alma, tremem.

    Tão sensível - tão cheio de cuidado...

    Bom passar por aqui.

    Abraço em ti,
    Mima.

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