terça-feira, 27 de setembro de 2011

amálgama

Antes que eu morra meus lábios ficam dormentes
uma borboleta azul entra por meu ouvido direito
e sai uma bailarina de porcelana pelo esquerdo.

Amor não é somente o mel das abelhas.
Mas os zangões com seus infortúnios
e as escravas que tecem
a pelugem da rainha.

Amor não é saudade.
É delicada ausência
que junta os pontos
da cicatriz do ferido.

Amor não é posse.
É uma fatia de pão
dividida com todas
formigas do quarto.

Antes que eu morra meus olhos explodem
e duas estrelas ocupam o lugar no rosto.

4 comentários:

  1. Magnífico!
    Uma escrita imagética que deslumbra.
    Há tantos mistérios para acontecer antes da morte.

    L.B.

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  2. traduz o título este poema, como se possível fosse este impossível que move estrelas e o firmamento,


    abraço

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  3. Eu adoro os teus poemas...esse aqui, então, é uma pérola...
    Um beijão, amigo!

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  4. Incrível...

    Como eu amo te ler!

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