Sempre tive muito medo
dos poemas que seduzem.
A verdade é que me esqueci
de todos os grandes sedutores.
Comecei cortando meu pulso,
depois cortei meu pescoço.
Por fim, já não seduzo as palavras
e o que tenho de tesouro guardado
é a capacidade de ouvir as vozes
sem expectativas de que um corpo
pule da montanha ou uma alma mergulhe
em águas profundas à procura da minha companhia.
A solidão é suave
e ela não existe
como não existe
a minha morte.
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