quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Avestruz

O poema não tem um fim,

senão a minha vaidade.


Mesmo nos dias tão sombrios

em que o poema era escrito

sonhava com teus olhos

sobre as palavras.


Escrevo poemas

para o mais vaidoso

dos fantasmas que beija


as palmas das minhas mãos

e gargalha às minhas costas.


Se sou esse fantasma,

baby, que mal existe

em meus delírios?


A névoa que te encobre

mostra a claridade

da minha tolice.

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