Esse passarinho quando abre o bico
sai uma língua de sogra de dentro
todas às cinco na minha
janela.
Não é que eu não goste dele
(até o acho simpático) mas
o mesmo canto neurótico
é sinistro, velho.
Assinarei um contrato:
eu paro de escrever
por uns tempos
e ele some
da minha
vidraça.
Quem primeiro morrer
de depressão o outro enterra
ao som de um jazz de Nova Orleans.
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