Tem um passarinho de papo amarelo
na minha janela um tipo
que toca blues
e não se cansa
de assoprar sua gaita -
já lhe perguntei o porquê dessa alegria tão triste
ou dessa tristeza tão feliz e ele só me diz "bliu,
bliu, bliu"
Quisera fosse eu um cara que tocasse blues
pendurado nas janelas dos outros
antes porém de cada música
jogava o chapéu pras moedinhas.
O passarinho de papo amarelo
não me pede coisa alguma
nem caju nem alpiste.
O negócio dele e me sensibilizar
lembrar-me de que tenho
um coração mole
e uma alma mafiosa
que ora mata,
que ora morre.
Esses seres com olhares de ternura despertam de tudo em nós, que não somos só ternos.
ResponderExcluirBeijo.
coração mole
ResponderExcluirtrilha árdua!
beijinho, Domingos!
Blues é tudo de bom.
ResponderExcluirTeu poema também, meu amigo!
Bjo!