Grande mistério para onde vão os cupins
depois que comem a porta do quarto
e a outra do banheiro.
Deixam um rastro escuro pela parede
cuja origem pulsa debaixo das cerâmicas.
Arranquei algumas
e tudo que descobri -
mais rastros escuros
pelos canos, tubos e fios.
Se eu fosse um tamanduá-bandeira
seria fácil atingir a populosa aldeia
e sorvê-los todos com a língua.
Mas sou apenas um poeta
e o máximo a mim permitido
é escrever versos admirando
o rastro escuro que eles deixam
depois de levarem no papo
duas portas, uma do quarto
e a outra do banheiro.
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