quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

quem sabe do amanhã é o bem-te-vi

É certo como a morte -
não me caso novamente.

As mulheres que encontro
roubam todos meus anéis
e fogem no meu pégaso.

Não me deixam telefone,
links de boa música
nem um olhar
até breve.

Como sonhar em casar com esse tipo de mulher
que de mim só deseja meus anéis de aço cirúrgico?

A única com a qual fui ao cartório
deixou-me assim de repente

só porque recusei
arrancar do meu dedo
um anel feito do seixo
de uma praia deserta.

Está decidido -
não me caso

e ao encontrar uma mulher
escondo todos os meus anéis

dentro do bolso
do meu velho jeans.

Agora também é verdadeiro -
no dia em que uma mulher beijar meus dedos
sem olhar para os meus anéis
e fazer minhas unhas

então serão dela
anéis, dedos

e todas as nódoas brancas
das unhas da minha infância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário