quinta-feira, 12 de julho de 2012

quando faço a barba sangro

ou meu rosto é de seda
ou a lâmina do prestobarba
é uma guilhotina sedenta por sangue

cortei-me esqueci sei lá quantas vezes
hoje o sinal acima do lábio direito
escapou com vida, viçoso
e arrogante

lembrei que milagre
é tão natural quanto

meu sabonete com sangue
com o sangue do meu rosto

ou meu rosto é uma pele de manga-rosa
ou o prestobarba é uma peixeira afiada
afiadíssima na ponta de um seixo

um seixo alvo e liso
do rio da nossa infância.

5 comentários:

  1. ando sangrando até nas retinas,


    abraço

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  2. Poema de seda e sangue: levemente cortante!
    beijos,

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  3. Visitando seu mundo e seguindo...

    Se poder da uma passada no meu tbm, brigada e bjos.

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  4. a rotina que desatina
    e o passado tão longe que esqueci

    beijo

    [que bom é ler-te]

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  5. Do caralho!
    Há anos não me entrego por completo a essa guilhotina satânica.

    Abraços.

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