Meu coração tem seus segredos
Que nem mesmo ao poeta
Abre a boca.
Não me diz, por exemplo,
Onde arranja tanto espaço
Aos delírios de delicadezas
Que circulam pelas artérias.
Aproveito-me do seu comportamento
(Silencioso e sanguíneo) e tento
Envolvê-lo com meus poemas.
O máximo que meu coração
Confessa-me é que nunca
Amei desta forma.
E que no abismo
Tem o perfume
De margarida.
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