Um pequeno tapete vermelho é todo o meu reino.
Deixo que lá descansem as minhas botas.
O trabalho delas
é bem mais difícil.
Levam dentro pedras
de caminhos humanos.
Durmam, minhas santas botas.
Sonhem com o novo dia
de calçadas
e asfalto:
sujeira de cães, folhas secas,
tampinhas de cerveja
e refrigerante.
Fechem os olhos
e ouçam cada estalo
cada som de despedida.
Logo mais não haverá outra vida
senão a música do graveto esmagado.
Da terra úmida.
Do chiclete preso.