Todos os dias eu beijo uma flor na varanda.
Pulo até a nuvem mais distante,
belisco suas bochechas.
Todos os dias eu procuro fazer algo mágico
que me lembre que sou uma criança
(os cadarços soltos dos tênis sujos
balançam a ponta da cabeça
concordando comigo)
e de todo cafezinho embriago-me
mais com a felicidade da xícara
sobre a estante
encostada a fotos
e livros
tentando me dizer alguma coisa
como se ela tivesse alma
e fosse eu seu súdito.
A verdade é que ela tem alma.
Os tênis também.
Todos os dias eu rezo
quando beijo a flor na varanda
e belisco as bochechas
da nuvem mais distante.
Morro em paz agora
(sobretudo porque
lavei o banheiro
sábado)
e as cerâmicas de tão agradecidas
curvam-se aos meus pés com asas
de anjo.
Domingos, meu magnífico poeta!
ResponderExcluirQue poema...
Que poema!
So sua fã de carteirinha, sempre mais e mais!
Não há como interromper esse crescendo...
Adorei seus versos!
Abraço imenso, amigo querido!
Essa sua escrita chega a dançar, de tanto que contagia, amigo!
ResponderExcluirBeijo.
Esperava rever o pégaso de asas perfumadas quando li o título...
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