sábado, 15 de janeiro de 2011

sarro

Lá fora o banquinho de cimento
(arrodeado de flores)

é um belo pretexto
pra gente namorar.

A lua está meio gordinha
não totalmente cheia
(anda fazendo regime)

enquanto suas amigas estrelas
bebem refrigerante,
sorriem.

Perto do bloco C tem uma capelinha
nossa senhora parece tão solitária
vamos rezar uma ave maria
de mãos dadas?

Em seguida a gente
se esconde atrás dos carros
sente os tremores das pernas.

Não se magoe por minha loucura.
Juro a você e a nossa senhora
que sou um cara feliz
um tanto sem grana

mas para que dinheiro
se acabo de jogar ao lixo
meus anéis e colares
de rap?

Desde muito cedo
aprendi a seguir
os passos

das andorinhas
das nuvens

(e de tudo
que se mexe
no céu)

Mas nunca
perdi o contato
com a terra

(minhocas
cogumelos
musgos) .

Chega de papo sem sentido:
vamos namorar no banquinho
de cimento arrodeado de flores?

Digo mesmo aquele banquinho
que todo condomínio tem
perto da garagem.

(os faróis quando batem nos seus olhos
eu vejo uma gata de olhos persas)

5 comentários:

  1. namorinho de portão, o poeta e suas pétalas,


    abraço

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  2. domingos, nada como um belo domingo para ler suas poesias.
    grande abraço.

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  3. Não perder o contato com a terra é fundamental para continuar voando. Gostei do ar juvenil do poema, leve.
    Abraços camaradas, camarada!

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  4. Olhos que guiam os versos de poeta romântico.
    Que bela inspiração!

    Beijo.

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  5. que coisa mais gostosa...

    delícia de poema!

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