sábado, 22 de fevereiro de 2020

Sábado de carnaval

Chega o dia
em que a poesia
muda de direção

e não hesita
entre coração
mente e carne.

O cálculo abstrato
da terra aos céus
perde o valor.

Ao invés de sair
o poema entra
ainda vestido
de placenta
e hálito.

Queima vísceras
e não poupa sonhos.

Chega o dia
em que a poesia
atravessa a praça
com a desenvoltura

de um palhaço calçando
um mocassim vermelho.

E você até pensa
que o folião

é triste
ou esnobe.

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