Não emoldure aquele poema
Cuja alma você imagina especial
E não pregue na parede da sua sala.
Os poemas pródigos
Que esquecemos na rua
São mais sinceros e dignos.
Não lembramos bem
De como foram escritos
Se com sangue ou lágrimas.
Mas não saem
Do nosso crânio
Os versos de fogo.
Os versos de lama.
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