se me perguntassem o que levaria a uma ilha deserta,
a tua gargalhada, claro
seria uma festa - eu, os golfinhos
e uma turma de peixinhos malandros
bebendo água de coco
e nos deliciando
com tua gargalhada boa
com tua gargalhada
doutro mundo
os reis quando esperam a visita de um príncipe
não são trombetas que tocam os arautos
mas tiram da túnica uma caixinha
e ao abri-la,
eis a tua gargalhada
a invadir salão,
masmorra,
cozinha
chega até aos ouvidos
dos cocheiros
que entram em transe
e acabam bebendo
todo o vinho
recém chegado
de Portugal
a tua gargalhada
tem esse poder
louco
se me perguntassem se não queria
levar para a ilha deserta
também teu corpo,
boca,
seios
e coxas
diria que não,
que a tua gargalhada
seria suficiente para meu encanto
a tua gargalhada
[não fiques com ciúme]
iria trazer à praia
tantas sereias,
tu nem imaginas quantas
do mar báltico
dormiriam
com o poeta
a tua gargalhada
não é a risada
de Irene
mas te juro,
se Caetano
de longe a ouvisse
pensaria compor
uma música
se eu deixasse
e eu não permito
tua gargalhada é só minha
e dos meus golfinhos
e dos peixinhos
malandros
e do rei e de todo o seu séquito
e dos cocheiros e das sereias
de Caetano não,
deixa-o com a risada de Irene
...
Maravilhoso!
ResponderExcluir"se me perguntassem o que levaria a uma ilha deserta,
a tua poesia, claro"
Beijinho
que delícia de poema, Domingos!!
ResponderExcluirhá um riso, uma gargalhada que nos encanta o coração...aquela de quem amamos
beijos, querido!
Ah, eu elvaria teus versos e ficaria feliz! :-)
ResponderExcluirBeijos,