terça-feira, 13 de março de 2012

quarentena

quando as coisas estiverem boas
bem-te-vis felizes fora da gaiola
aranha com o besouro predileto

então eu te convido
para um cineminha

no momento aceita
estes meus cabelos
secos e compridos

estes meus dentes
vândalos e amarelos

esta minha barbicha
de náufrago erudito

estes meus tendões molengas
estes meus olhos apagados

deixa o sol distante
da minha calçada

nunca pensei um dia
amar tanto a frieza
dos meus chinelos
...

4 comentários:

  1. há tanto frio para se pisar, mesmo quando se aquece, esquece


    abraço irmão

    ResponderExcluir
  2. :)
    Você é deliciosamente doido e empresta à melancolia do cotidiano uma alma muito rara.
    beijosss

    ResponderExcluir
  3. pois às vezes precisamos de uma quarentena mesmo. (no meu caso, uma "cinquentena" rs).

    muito bom, meu caro! sempre bom te ler.

    abraço.

    ResponderExcluir
  4. o fecho é um punhal cravado no peito

    beijinho
    LauraAlberto

    ResponderExcluir