ah, esse sonho insano
querer atar a alma
do outro
ao nosso
capricho
já não nos basta esta
doida pela casa
tateando no escuro
xícara, mesa, toalha
ah, essa tolice mesquinha
de querer laçar o corpo
do outro
ao nosso
sapato
já não nos basta esta febre
dentro do olho
tateando no escuro
o último analgésico
ah, deixemos os outros
com seus ombros
com seu peso
e pluma
já não nos basta esta
cruz de santo
esta coroa
de louco
pela casa
tarde da noite
tateando no escuro os chinelos
e só encontrando os pés da estante
...
sim, deixemos os outros com seus pesos e suas plumas... e saibamos carregar os nossos
ResponderExcluirbelo, belo poema, Domingos!
beijo pra ti, querido
pois não aprendemos que almas não se atam, que têm vontade própria e mal somos donos da nossa alma, quanto mais de outras. mas esta febre dentro do olho é inevitável. acho que todos neuros somos. ah, neurônios!
ResponderExcluireste poema, como tantos outros seus, atinge o ponto com uma simplicidade que parece fácil dizer, mas poucos conseguem.
abraço!
ah, essa louca poesia a atropelar nossos passos retos...
ResponderExcluirque poema!
beijinho com admiração, poeta dos dias!
deixa ir, deixa voar...ninguém gosta de amarras....
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