domingo, 7 de abril de 2013

dei as contas do meu psiquiatra

Procure-me melhor,
se eu não estiver debaixo da cama
certamente estarei em cima do guarda-roupa.

Debaixo da cama tenho as formigas
para conversar sobre o meu estado.

Em cima do guarda-roupa
fico mais próximo dos céus
e pulo com minha capa mágica.

Segure a barra,
não faça tolices,
ria dos seus vacilos.

Hoje de manhã no banho
enquanto pensava em bela
como é a solidão tranquila

dois passarinhos um de papo amarelo
e o outro de papo branco abraçavam-se.

E nem sabia o nome desses passarinhos
(se João ou se José) e raios por que 
foram parar sobre a grade de ferro 
do prédio vizinho.

Só sei que se abraçavam
como velhos amigos
de longa estrada.

Pensei: não vale a pena 
meter uma bala na cabeça.


Um comentário:

  1. Uma borboleta azul, um beija-flor, um bezerro e uma cobra evitaram minha ida precipitada. Os psiquiatras empurram para o abismo, na maioria das vezes. Nem voam, os coitados.

    beijos,

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