Céus, como é doloroso
assistir à liberdade
de quem amamos.
Inventamos amor eterno,
ódio sobrenatural,
um ciúme doce.
Confabulamos com as tartarugas
para que elas morram no ninho
e não corram na praia.
Corrompemos os pássaros durante o voo
com a intenção de que eles percam o rumo
batam contra montanhas e caiam no abismo.
Metemos nossas mãos sujas dentro da terra
e prendemos minhocas entre os dedos
até que elas deem o último suspiro.
Somos bárbaros porque nossos sonhos
são cruéis com o nosso bem,
aprisionado e triste
aos nossos pés.
Seríamos livres e lindos
se o outro pudesse acordar
com vontade da nossa distância
e sem saudade do nosso perfume.
Meu caro e talentosíssimo poeta... nessa vc matou a pau!!!!
ResponderExcluirA mais perfeita e sincera tradução do que nosso sentimento de posse é capaz de urdir em nossa alma.
Beijo.
com tristeza digo que concordo...
ResponderExcluirbeijinho!
Que belo, poeta! É bem verdade...
ResponderExcluirBeijo grande!
Domingos, é tão verdadeiro isso! Eu rearranjo o final dizendo que seríamos livres e lindos se não acreditássemos na distância e absorvêssemos um pouco do perfume do outro. Amar de verdade deve ser algo como aprender com o outro o voo para poder seguir. Mais um poema onde me encontro tanto.
ResponderExcluirBeijos,