domingo, 19 de outubro de 2014

Lágrimas de fogo

Desde um tempinho atrás, olho pros passarinhos
E vejo somente passarinhos. Com o lúcido olhar
Noto mais encanto: nos bicos, nas plumagens,
Nos olhos desconfiados dos passarinhos.

Não preciso me convencer
De que o passarinho é leve.

Ou de que os céus são chumbo
Sobre suas costas a tempestade.

A ternura que sinto por essas criaturinhas
Não diminui (nem me causa desgosto)
Quando olho pros seus pezinhos
E só vejo pés de passarinhos.

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