Confesso que perdi as asas durante o mergulho
mas o bico continua úmido de pétala
e qual a flor me diga
que rejeita um pássaro trôpego
de bico encantado?
A gaita de Bob Dylan
toca agora doutro lado
passando pela montanha
logo após o último arco-íris
enquanto eu sonhava
e tu me iludias.
Juro que os teus peitos
foram mamados
com doçura
e lealdade
e ao dormir,
também te juro,
eu sabia de cada detalhe da saudade
que acordava com tua escova antiga
e os meus dentes amarelos.
Confesso que sem asas
o voo é seguro -
encostando o bico
na ponta do abismo
tiramos mel
do jardim.
Até creio que o céu
é todo abismo secreto
onde há pétalas de orquídeas
e bico molhado de pássaros trôpegos
[acreditas?]
do céu em elevação, poema bom demais
ResponderExcluirbeijos
Demais! Continua nível altíssimo por aqui.
ResponderExcluirAte que enfim estás de volta a ativa,
ResponderExcluirmeus parabéns meu camarada.
Abraço
Perdeu as asas?
ResponderExcluirJá eu voei!
Abraço!
voar sem asas, molhar o bico com pétalas, sonhar pra ser iludido: três imagens perfeitas dessa condição tão mínima quanto máxima de ser um humano.
ResponderExcluirbeijoss
a escrever assim sabes bem como voar sem asas
ResponderExcluire acreditas!
beijo