segunda-feira, 7 de novembro de 2011

fraqueza

Os mortos quando partem
não se refugiam no céu
nem no inferno -

prostram-se ao nosso lado,
nos nossos calcanhares,
nas nossas mãos,
na nossa nuca

e ai dos fracos que não suportam
o peso desagradável do morto
que não consegue fugir
desse vazio ridículo.

De tanto nos pesar nos ombros
e de tanto nos arrastar pelos calcanhares
e de tanto dizer palavras por nossas bocas

há momentos em que a nossa salvação é simples
como é natural um gatilho leve e uma forca perfeita.

Mas, faça-me o favor,
ser igual a um deles depois de morto
sorvendo a vida dos tolos que vivem feito fantasmas,

não,
isso não.

3 comentários:

  1. Domingos, isso é tão real, tão verdadeiro, é preciso andar e sacudir o corpo sempre, para que saiam os mortos e a vida pulse: amei o poema, camarada!
    Beijos,

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  2. isso não,poeta dos dias!

    impressionante!

    Beijinho de fã!

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  3. Deixai os mortos enterrarem seus mortos.

    Abraços!

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