Chega o dia
em que a poesia
muda de direção
e não hesita
entre coração
mente e carne.
O cálculo abstrato
da terra aos céus
perde o valor.
Ao invés de sair
o poema entra
ainda vestido
de placenta
e hálito.
Queima vísceras
e não poupa sonhos.
Chega o dia
em que a poesia
atravessa a praça
com a desenvoltura
de um palhaço calçando
um mocassim vermelho.
E você até pensa
que o folião
é triste
ou esnobe.
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