sábado, 5 de dezembro de 2015

Artífice de latão

As sete plantinhas em seus jarros de zinco [as que prometi dar banho de sol cedinho e retirá-las do sereno diante da rua deserta] não sei como vivem. As minhas promessas perdem rápido o título de nobreza. Aproxima-se por minhas vértebras uma preguiça e meu coração esquece o valor dos brasões de batalhas impossíveis. Muitas plantinhas morreram infelizes esperando o meu amor. Nem todas as manhãs de sábado invadem minha alma com extrema brandura. Há manhãs de ouvir, apenas ouvir, os cílios cansados debaterem-se entre si e as últimas lágrimas. Sem mendicância e sem santidade. O amor não espera honrarias de lunático. Crer já é muito. E não cole as asas dos passarinhos que colidiram contra a janela. Você ouvirá um som mais delicado do peito de quem voa trôpego ainda ferido.

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