terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um francês maldito perdido entre tulipas

As palavras antes das sílabas e dos pensamentos são entidades. Germinam-se por simbiose próximas dos seus servos. O ventre do homem e das mulheres comungam-se da fertilidade das palavras. Dos rodopios e dos passos cautelosos das palavras. O mundo que parte da minha realidade é assombrado. A carruagem passa defronte das tabernas. Ouço os ruídos dos dentes frenéticos dos possessos e felizes homens. As mulheres, lânguidas, desmaiam em sonhos com um batom. Distraídas? Nunca. As mulheres quando se olham no espelho com o batom suspenso em sinceros afagos nos lábios jamais viajam distantes de quem amam. E as palavras atacam-nas. Sem piedade. Os caballos arrastam minha carruagem pelas tabernas. As palavras se forjam no silêncio [antes das sílabas e dos pensamentos]. Não vivo nessas horas. Não conto com a vida nessas horas. O meu mundo é assombrado, baby.

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