sábado, 7 de novembro de 2015

Teu silêncio

A ação em contemplar da janela uma árvore é libertadora. Os meus braços acordaram longos para derrubar os antigos vícios. Caem da mesa cartas, poemas e fotografias. Por que, baby, tantos segredos e arrebatamentos, se um dia acordamos bem? Quase conscientes de que a vida é cruel e mansa qual um bisão em época de florescimento dos cabelos das cerejeiras. Um bisão apaixonado é louco. Um homem é menos. As cerejeiras balançam os cabelos e caem meus vícios da mesa: poemas, cartas, fotografias e um cálice de absinto. Acordei bem. Quase liberto das tragédias que me ofereceram com o meu nascimento. Não falarei das minhas cicatrizes. Os meus cílios que por vontade própria voaram dos olhos à palma da minha mão trouxeram-me mais sorte. Coisa boa é saber [sem palavras] que existe amor. Um bisão apaixonado é cruel e manso como a vida. E sou um homem loucamente apaixonado pela vida. De onde, baby, você imagina que surge queimando minhas artérias a doce melancolia?

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