segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Aleluia

Não duvide do milagre. Só o náufrago sabe da alegria em receber de presente a memória de volta. O testemunho é valioso aos quase mortos no fundo do mar. Não gosto mais de mim bêbado. Chega ao fim minhas peripécias infernais. De tanta sobriedade a porta do meu quarto rangerá piedade por meu coração e suplicará loucuras. Morrerá tísica a porta do meu quarto. Não lhe darei ouvido. Ainda sou um náufrago. Peixes carnívoros beijam minhas mãos. E ao descer a escada do teu prédio as minhas pernas correm ao fundo do mar. Uma estrela em forma de papoula encanta-me.

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