segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que você quer comigo, Rebeca.
Diga o que você deseja com este poeta.
Nós nos conhecemos desde nossa infância
Quando calçava eu meu kichute e você seu conga
E apostávamos corrida na pracinha da rua do cemitério.

Você jogava bola com os meninos e jogava bem, Rebeca.
Mas somente em minha companhia sentava no patamar
Da Catedral e nos grudávamos de algodão-doce
Admirando os jatos de águas coloridas
Da fonte.

Você passou uma eternidade fora de casa, Rebeca.
Tão distante dos meus braços que eles perderam
A força contumaz de antigamente.

Então, de uma hora pra outra, dá-lhe a doida e você retorna
Sem um telefonema, inbox, email, bilhete preso na pata de pombo.

Não posso, Rebeca
O que direi às andorinhas das oitis
E às formigas domésticas do açucareiro?

sinto.

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