quinta-feira, 23 de julho de 2015

João Cabral de Melo Neto
Nunca teve um bom ouvido.
(Comungo da sua dor de cabeça)

Voltaire tinha poucos dentes,
Mas uma peruca fabulosa.

E esta minha vontade
Nessa tarde de atear
Fogo aos meus livros
Já é um caso antigo.

Só que
Não.

Meus livros deixaram de existir um dia
Quando me viciei e troquei os Malditos,
Toda a Poesia e os Clássicos por baques.

Limpo, fiquei com a estante
De ferro, orgulhosa, fria.

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