Não se engane,
A poesia sabe
Empurrar o manco do penhasco
Só pra vê-lo aprender bater asas.
Mas é perigoso.
O manco pode subir
As paredes do abismo
Cortar a própria garganta.
São riscos que correm
Os filhotes de pássaros.
terça-feira, 31 de março de 2015
Qual a sua ponte com a Verdade?
Óbvio e simples o mundo é claro.
A mágica é apenas a constatação.
Há quem confia em cartas de baralho.
Outros se emocionam diante de aves.
Morder os lábios
Ou beliscar o braço
Não é a fuga do ermitão.
Os pés já vivem atolados
Em terra fértil de brumas.
E a montanha que se vê
Não se alcançará nunca.
Óbvio e simples o mundo é claro.
A mágica é apenas a constatação.
Há quem confia em cartas de baralho.
Outros se emocionam diante de aves.
Morder os lábios
Ou beliscar o braço
Não é a fuga do ermitão.
Os pés já vivem atolados
Em terra fértil de brumas.
E a montanha que se vê
Não se alcançará nunca.
domingo, 29 de março de 2015
sábado, 28 de março de 2015
No caixão, as tuas mãos, poeta,
Não darão um pio de sinal de vida.
E as multidões serão até razoáveis
Em dizer pros céus que tu vacilaste.
Que tu tiveste medo.
Que fugiste da lucidez.
Escreve, escreve.
Não contes sempre
Com o suor do rosto.
Nem com as tuas pernas
Em uma noite de sábado
Levando teu corpo à janela.
Debaixo da terra
Ou virado carvão
Não ouvirás nada.
Poesia é mensagem
Para quem está vivo.
Não darão um pio de sinal de vida.
E as multidões serão até razoáveis
Em dizer pros céus que tu vacilaste.
Que tu tiveste medo.
Que fugiste da lucidez.
Escreve, escreve.
Não contes sempre
Com o suor do rosto.
Nem com as tuas pernas
Em uma noite de sábado
Levando teu corpo à janela.
Debaixo da terra
Ou virado carvão
Não ouvirás nada.
Poesia é mensagem
Para quem está vivo.
Ainda que queiramos viver sozinhos
Nem a nós mesmos andamos ligados por muito tempo
(O que a mente pensa e o coração sonha, a morte vem, leva
E a poesia cria uma ponte) O arrebatamento das palavras junto
Às minhas mãos vem de uma longa jornada desde a nossa infância.
Não foi em vão
O silêncio do quintal.
Nem a nós mesmos andamos ligados por muito tempo
(O que a mente pensa e o coração sonha, a morte vem, leva
E a poesia cria uma ponte) O arrebatamento das palavras junto
Às minhas mãos vem de uma longa jornada desde a nossa infância.
Não foi em vão
O silêncio do quintal.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Então aéreo, com o coração nas nuvens,
A pescar poesia, se enfartar e morrer
Irei pro céu? Dizem que lá, no céu,
É tudo muito puro e enfadonho.
Pelas tabernas em companhia
Dos velhos safados é que cansei.
As coisas mudam, baby,
Caranguejos voam, elefantes
Perdem o receio de morrer sozinhos.
Até admito filosofar de túnica branca e harpa
Com Epicuro (sem cair na desgraça do ridículo) .
A pescar poesia, se enfartar e morrer
Irei pro céu? Dizem que lá, no céu,
É tudo muito puro e enfadonho.
Pelas tabernas em companhia
Dos velhos safados é que cansei.
As coisas mudam, baby,
Caranguejos voam, elefantes
Perdem o receio de morrer sozinhos.
Até admito filosofar de túnica branca e harpa
Com Epicuro (sem cair na desgraça do ridículo) .
quinta-feira, 26 de março de 2015
Passei agora uma pomada
Abaixo do ombro esquerdo.
Creio que foi um bicho
Que me mordeu de madrugada
Em casa escrevendo alguma coisa
Ou na pracinha quarta-feira enquanto
Lia bem cedinho Gabriel García Márquez.
Abaixo do ombro
Uma manchinha
Vermelha.
Sabe o que curaria essa ilha alérgica
Pintada na geografia do meu corpo?
Um beijo teu.
Abaixo do ombro esquerdo.
Creio que foi um bicho
Que me mordeu de madrugada
Em casa escrevendo alguma coisa
Ou na pracinha quarta-feira enquanto
Lia bem cedinho Gabriel García Márquez.
Abaixo do ombro
Uma manchinha
Vermelha.
Sabe o que curaria essa ilha alérgica
Pintada na geografia do meu corpo?
Um beijo teu.
A felicidade do carpinteiro
Parte dos sonhos (aquela
Cadeira mística dos avós)
E aos talhes nos dedos,
Suor e goles de rum,
Alegra-se pela
Forma.
A felicidade do carpinteiro
(Como a felicidade do pescador)
Dura a eternidade de um poema.
E em alto-mar
Todos os golfinhos
São mágicos e selvagens:
Carpinteiro, pescador, poetas.
Parte dos sonhos (aquela
Cadeira mística dos avós)
E aos talhes nos dedos,
Suor e goles de rum,
Alegra-se pela
Forma.
A felicidade do carpinteiro
(Como a felicidade do pescador)
Dura a eternidade de um poema.
E em alto-mar
Todos os golfinhos
São mágicos e selvagens:
Carpinteiro, pescador, poetas.
As gaivotas adoram
Assistir do alto aos loucos
Surfistas de ondas grandes.
Algumas ganham a vida apostando.
(Muito comum as apostas entre elas)
Chegam a esquecer
De mergulhar e pegar
Os seus peixes do dia.
[Como jogadores de baralho
Negligenciam até a própria alma]
O negócio delas
É aposta nesses
Malucos surfistas
De ondas grandes.
E bebem seus uísques
Dos orvalhos das nuvens.
Assistir do alto aos loucos
Surfistas de ondas grandes.
Algumas ganham a vida apostando.
(Muito comum as apostas entre elas)
Chegam a esquecer
De mergulhar e pegar
Os seus peixes do dia.
[Como jogadores de baralho
Negligenciam até a própria alma]
O negócio delas
É aposta nesses
Malucos surfistas
De ondas grandes.
E bebem seus uísques
Dos orvalhos das nuvens.
Antes de dormir (ontem)
Pensava em um poema
Que ao acordar nesta manhã
Já o tivesse pronto e bastasse
Tirá-lo da mente e caixa torácica.
Sei lá cargas d'água
Pra onde foi o poema.
Oxalá empurrar a roda do moinho.
(O tempo anda vagaroso e deslumbrante)
Poemas não gostam de ver serenos os moços
Que escrevem e dedicam-se ao fim da loucura.
Pensava em um poema
Que ao acordar nesta manhã
Já o tivesse pronto e bastasse
Tirá-lo da mente e caixa torácica.
Sei lá cargas d'água
Pra onde foi o poema.
Oxalá empurrar a roda do moinho.
(O tempo anda vagaroso e deslumbrante)
Poemas não gostam de ver serenos os moços
Que escrevem e dedicam-se ao fim da loucura.
quarta-feira, 25 de março de 2015
Um colchão de asas
De andorinhas, poeta?
Muito delírio,
Meu rapaz.
Sei que seu colchão
Bem puído, velhinho até.
Mas imaginar um colchão
De asas de andorinhas, opa.
Acalme-se, chore
Um pouco. Olhe
Os seus cílios.
Andam tão secos
Longe de lágrimas.
Pare de escrever
Poemas fantásticos
E procure um sofrimento.
Pôr a mão
Dentro do forno
Não vale (patético).
De andorinhas, poeta?
Muito delírio,
Meu rapaz.
Sei que seu colchão
Bem puído, velhinho até.
Mas imaginar um colchão
De asas de andorinhas, opa.
Acalme-se, chore
Um pouco. Olhe
Os seus cílios.
Andam tão secos
Longe de lágrimas.
Pare de escrever
Poemas fantásticos
E procure um sofrimento.
Pôr a mão
Dentro do forno
Não vale (patético).
Ao voltar da pracinha
Não me saía da cabeça
A imagem das duas lagartixas
Que se banhavam sob raios de sol.
Seria possível elas as mesmas
Que acompanhavam a mim
E meu filho
Oito anos
Atrás?
(Vinicius tinha cinco anos
E corria atrás delas com vigor)
Aprendi com o tempo
Que se perguntarmos
Pra uma criança amada
O que é felicidade ela não
Entenderá bem a pergunta.
Criança amada
Não conhece
Outro mundo.
(Nem lagartixas
Banhando-se
De sol)
Não me saía da cabeça
A imagem das duas lagartixas
Que se banhavam sob raios de sol.
Seria possível elas as mesmas
Que acompanhavam a mim
E meu filho
Oito anos
Atrás?
(Vinicius tinha cinco anos
E corria atrás delas com vigor)
Aprendi com o tempo
Que se perguntarmos
Pra uma criança amada
O que é felicidade ela não
Entenderá bem a pergunta.
Criança amada
Não conhece
Outro mundo.
(Nem lagartixas
Banhando-se
De sol)
Tudo que realizamos em nossas vidas
(Sobretudo as coisas mais simples do cotidiano)
Abre-se diante dos olhos cortina de ritual mágico.
Aloprados, desatentos e rudes
Não percebemos os perfumes,
As cores, os sons.
Só em saber que agora
Há duas esponjas específicas
Pra cada uma um trabalho especial,
O meu coração acelera como se fosse
Um segredo divino a esponja verde
Lavar apenas talheres e xícaras
E a amarela o mundo inteiro
De panelas e gordura.
(Sobretudo as coisas mais simples do cotidiano)
Abre-se diante dos olhos cortina de ritual mágico.
Aloprados, desatentos e rudes
Não percebemos os perfumes,
As cores, os sons.
Só em saber que agora
Há duas esponjas específicas
Pra cada uma um trabalho especial,
O meu coração acelera como se fosse
Um segredo divino a esponja verde
Lavar apenas talheres e xícaras
E a amarela o mundo inteiro
De panelas e gordura.
terça-feira, 24 de março de 2015
"Como você se sente (perguntou
Um gafanhoto a uma borboleta)
Como você se sente com
Esses desenhos e cores
Fascinantes a encantar
A natureza?"
"Só vivo
Um dia"
(Respondeu
A borboleta)
"Lenda, há espécies
Que chegam a nove
Meses de encanto"
(Retrucou o gafanhoto
E afastou-se áspero
Pela folha de goiaba)
Um gafanhoto a uma borboleta)
Como você se sente com
Esses desenhos e cores
Fascinantes a encantar
A natureza?"
"Só vivo
Um dia"
(Respondeu
A borboleta)
"Lenda, há espécies
Que chegam a nove
Meses de encanto"
(Retrucou o gafanhoto
E afastou-se áspero
Pela folha de goiaba)
Na juventude,
Andava de bar
Em bar perguntando
Quem gostava de poesia.
Não. Detesto. Deus me livre. Fora.
Até que vi uma menina em uma mesa
Distante da banda que tocava Scorpions.
Fui até à mocinha, Perguntei "Você gosta de poesia?"
Sorriu-me a pequena com um riso de mestiça
E respondeu-me "Poetas são loucos que
Adoram falar sozinhos... Eu amo..."
Não tivemos um filho.
Mas eu enlouqueci
E ela perdeu
Um seio.
Triste o fim.
(O tempo juntos
Tão maravilhoso)
Andava de bar
Em bar perguntando
Quem gostava de poesia.
Não. Detesto. Deus me livre. Fora.
Até que vi uma menina em uma mesa
Distante da banda que tocava Scorpions.
Fui até à mocinha, Perguntei "Você gosta de poesia?"
Sorriu-me a pequena com um riso de mestiça
E respondeu-me "Poetas são loucos que
Adoram falar sozinhos... Eu amo..."
Não tivemos um filho.
Mas eu enlouqueci
E ela perdeu
Um seio.
Triste o fim.
(O tempo juntos
Tão maravilhoso)
Poema não é filho.
(Esclareçamos) Portanto,
Você pode apagá-lo se sentir-lhe
Fragilidade nas asas e pouco interesse.
Usar catapulta para lançar
Um poema aos céus
É mediocridade.
Na maioria das vezes,
O poema bate em alguma coisa
No ar e cai como uma bola de fogo.
Um desastre.
Há poema, entretanto, que rasteja
E se sobressai senhor das sombras:
O sol quando desce
Pelo muro do quintal
Ou as patas de uma
Lagarta-de-fogo
Pelo jarro.
(Esclareçamos) Portanto,
Você pode apagá-lo se sentir-lhe
Fragilidade nas asas e pouco interesse.
Usar catapulta para lançar
Um poema aos céus
É mediocridade.
Na maioria das vezes,
O poema bate em alguma coisa
No ar e cai como uma bola de fogo.
Um desastre.
Há poema, entretanto, que rasteja
E se sobressai senhor das sombras:
O sol quando desce
Pelo muro do quintal
Ou as patas de uma
Lagarta-de-fogo
Pelo jarro.
Muita gente supõe-me um canalha.
Até pensa que barulho faria uma faca
Entre minhas costelas. Ainda bem que tenho
Como suporte os corvos da minha floresta sombria.
Serão eles os artífices
De quem me quiser o mal.
E digo mais,
Os meus corvos
Da floresta sombria
Fizeram parte da trupe
Da águia - e como se deliciaram
Do fígado de Prometeus (o ingênuo).
Até pensa que barulho faria uma faca
Entre minhas costelas. Ainda bem que tenho
Como suporte os corvos da minha floresta sombria.
Serão eles os artífices
De quem me quiser o mal.
E digo mais,
Os meus corvos
Da floresta sombria
Fizeram parte da trupe
Da águia - e como se deliciaram
Do fígado de Prometeus (o ingênuo).
(Você queimará, destruirá, eliminará
Do coração o amor e dos olhos a luz?)
O temor já não faz sentido
(Nem a fúria e desalento
Do passado) Tampouco
Espere arroubos pra
Amanhã.
Olhe as linhas das suas mãos.
Suspire. Aqueles navios perdidos
Em alto mar retornam para sua casa
E atracam em seu ventre trazendo soltos
Nos mastros gaivotas, albatrozes, flamingos.
Do coração o amor e dos olhos a luz?)
O temor já não faz sentido
(Nem a fúria e desalento
Do passado) Tampouco
Espere arroubos pra
Amanhã.
Olhe as linhas das suas mãos.
Suspire. Aqueles navios perdidos
Em alto mar retornam para sua casa
E atracam em seu ventre trazendo soltos
Nos mastros gaivotas, albatrozes, flamingos.
Sinto pesar, mas aos olhos de passarinho,
Um casal que nunca caiu em atração
Pelo desconhecido sob a brisa
De uma manhã de outono,
Não é um casal eleito.
Mas aprisionado.
Pois é natural
Ao homem e à mulher
O arrepio febril por outra pessoa.
Nem que seja
Por um segundo
Enquanto os botões
Das flores de cerejeiras
Caem sobre o gramado do mosteiro.
Um casal que nunca caiu em atração
Pelo desconhecido sob a brisa
De uma manhã de outono,
Não é um casal eleito.
Mas aprisionado.
Pois é natural
Ao homem e à mulher
O arrepio febril por outra pessoa.
Nem que seja
Por um segundo
Enquanto os botões
Das flores de cerejeiras
Caem sobre o gramado do mosteiro.
Mais uma vez, desarrumo as minhas coisas.
Jogar o mundo de lirismo fora do meu coração.
E eu que sempre estive pronto aos sonhos, luto
Contra sombras (é desigual) lutar contra sombras.
A sua manhã pode ser mágica:
Bata palmas pra brisa que entra
Pela janela do banheiro e pega-lhe
Desprevenido o tórax e as costelas.
Antes do banho,
O seu sorriso.
Jogar o mundo de lirismo fora do meu coração.
E eu que sempre estive pronto aos sonhos, luto
Contra sombras (é desigual) lutar contra sombras.
A sua manhã pode ser mágica:
Bata palmas pra brisa que entra
Pela janela do banheiro e pega-lhe
Desprevenido o tórax e as costelas.
Antes do banho,
O seu sorriso.
Não ponho uma gota de álcool em minha boca.
(A partir daí, menos de um passo pra felicidade)
O monstro, o lado horripilante da minha alma,
Anda trancafiado e a chave está comigo
Em volta do meu pescoço (acima
Do coração).
São quase duas da madrugada
E se eu não escrevesse poemas
Seria um cavalo-marinho tristonho
Escolha bem os seus inimigos.
Não vá querer amá-los depois
De costurar os nomes em
Bocas de sapos.
Os meus inimigos
Viraram purpurina.
Ainda podemos ver algum
Vaga-lume fora da floresta.
(A partir daí, menos de um passo pra felicidade)
O monstro, o lado horripilante da minha alma,
Anda trancafiado e a chave está comigo
Em volta do meu pescoço (acima
Do coração).
São quase duas da madrugada
E se eu não escrevesse poemas
Seria um cavalo-marinho tristonho
Escolha bem os seus inimigos.
Não vá querer amá-los depois
De costurar os nomes em
Bocas de sapos.
Os meus inimigos
Viraram purpurina.
Ainda podemos ver algum
Vaga-lume fora da floresta.
segunda-feira, 23 de março de 2015
Sabe aqueles enfeites com ímã
Que se colam em porta
De geladeira?
(Comentei
Um dia)
Quando caíam no piso de cerâmica
Pensava em você na sua cozinha.
Há três minutos,
A porta se abriu,
Deslizou lentamente, bateu
Na mesa e caiu um dentro
Da poncheira de vidro.
Fez um som maravilhoso.
E já não havia você pra lembrar.
Que se colam em porta
De geladeira?
(Comentei
Um dia)
Quando caíam no piso de cerâmica
Pensava em você na sua cozinha.
Há três minutos,
A porta se abriu,
Deslizou lentamente, bateu
Na mesa e caiu um dentro
Da poncheira de vidro.
Fez um som maravilhoso.
E já não havia você pra lembrar.
domingo, 22 de março de 2015
A pipa no céu
Pertence ao vento.
(Basta que solte
A linha dos dedos)
Coragem não é enfrentar
Os monstros reais, mas
As figuras intocáveis
Das nuvens.
[Minha mãe apoia o rosto
Contra a grade da janela e olhando a rua
E pensando na sua vida de setenta e nove anos
A minha alma que sente no seu coração a saudade]
Pertence ao vento.
(Basta que solte
A linha dos dedos)
Coragem não é enfrentar
Os monstros reais, mas
As figuras intocáveis
Das nuvens.
[Minha mãe apoia o rosto
Contra a grade da janela e olhando a rua
E pensando na sua vida de setenta e nove anos
A minha alma que sente no seu coração a saudade]
sábado, 21 de março de 2015
Acredito que ao mudar de casa
As árvores da calçada seguirão
Os meus passos e quando girar
O pescoço voltar minha cabeça
As árvores vão parar, coçar as
Costas, assobiar, como se não
Soubessem do mútuo encanto.
Entrar pela janela do quarto
Ultimamente a elas já é comum.
(Estiram os galhos e me beijam).
As árvores da calçada seguirão
Os meus passos e quando girar
O pescoço voltar minha cabeça
As árvores vão parar, coçar as
Costas, assobiar, como se não
Soubessem do mútuo encanto.
Entrar pela janela do quarto
Ultimamente a elas já é comum.
(Estiram os galhos e me beijam).
sexta-feira, 20 de março de 2015
A minha irmã é uma santa.
Estarrecida das figuras abstratas
E monstros encardidos pelas cerâmicas
(Há séculos) resolveu ela própria dá um jeito
Em minha apatia: Ao pisar no tapete do banheiro
Tenho a sensação de entrar em um paraíso de nuvens brancas.
(Agora, sim,
Um ambiente sadio
Pro Sátiro tomar banho
Com as suas fadinhas)
Estarrecida das figuras abstratas
E monstros encardidos pelas cerâmicas
(Há séculos) resolveu ela própria dá um jeito
Em minha apatia: Ao pisar no tapete do banheiro
Tenho a sensação de entrar em um paraíso de nuvens brancas.
(Agora, sim,
Um ambiente sadio
Pro Sátiro tomar banho
Com as suas fadinhas)
O primeiro poema do dia.
E não abri a janela da varanda.
A cafeteira (aos sussurros) acabou
De avisar-me que o seu desígnio se cumpriu
Por mais uma manhã. E que só espera a tarde.
Até lá (ao entardecer) já tenho escrito outros poemas.
Aberto a janela da varanda e bebido cinco
Ou seis xícaras de café.
E não abri a janela da varanda.
A cafeteira (aos sussurros) acabou
De avisar-me que o seu desígnio se cumpriu
Por mais uma manhã. E que só espera a tarde.
Até lá (ao entardecer) já tenho escrito outros poemas.
Aberto a janela da varanda e bebido cinco
Ou seis xícaras de café.
quinta-feira, 19 de março de 2015
Para quem tu deixarás os teus inimigos
No último dia de batalha quando tua mente
Não tiver mais força pra erguer uma bandeira
E empunhar uma espada? Não contes com o coração.
O teu coração nunca fez parte desse jogo de veneno e falácia.
Nem contes com o poeta.
Naquele tempo ébrio, as flores
Traziam ao dia seguinte uma nuvem escura.
Não
Mais.
No último dia de batalha quando tua mente
Não tiver mais força pra erguer uma bandeira
E empunhar uma espada? Não contes com o coração.
O teu coração nunca fez parte desse jogo de veneno e falácia.
Nem contes com o poeta.
Naquele tempo ébrio, as flores
Traziam ao dia seguinte uma nuvem escura.
Não
Mais.
quarta-feira, 18 de março de 2015
Aquela formiga que joguei pela janela
Conseguiu escalar a varanda, as grades,
As plantas, subiu por minha perna (enquanto
Eu cortava as unhas) beijou meu joelho e na
Ponta do meu nariz, olhou fundo meus olhos,
Pra que minha alma ouvisse, foi taxativa: "Cínico."
"Espirituoso, diria."
Acudiu-me um pombo,
Comendo alguma coisa.
Conseguiu escalar a varanda, as grades,
As plantas, subiu por minha perna (enquanto
Eu cortava as unhas) beijou meu joelho e na
Ponta do meu nariz, olhou fundo meus olhos,
Pra que minha alma ouvisse, foi taxativa: "Cínico."
"Espirituoso, diria."
Acudiu-me um pombo,
Comendo alguma coisa.
terça-feira, 17 de março de 2015
segunda-feira, 16 de março de 2015
Deu-me vontade de falar do meu pâncreas e baço.
Desde criança que só me refiro ao coração e escrevo.
Pois nesta tarde faço as honras ao meu pâncreas e baço.
Se tivesse mais um filho seria seu nome Baço.
E se uma filha o seu nome senhorita Pâncreas.
Um casal de filhos
(Pâncreas e Baço)
Lindos, não?
Chega de só falar e escrever do coração.
Claro que o coração tem um lance misterioso
Entre nossa psique, memória e sonhos românticos.
O pâncreas e o baço
Vivem ocultos e felizes
À revelia da alma do poeta.
E hoje são os meus filhos.
Desde criança que só me refiro ao coração e escrevo.
Pois nesta tarde faço as honras ao meu pâncreas e baço.
Se tivesse mais um filho seria seu nome Baço.
E se uma filha o seu nome senhorita Pâncreas.
Um casal de filhos
(Pâncreas e Baço)
Lindos, não?
Chega de só falar e escrever do coração.
Claro que o coração tem um lance misterioso
Entre nossa psique, memória e sonhos românticos.
O pâncreas e o baço
Vivem ocultos e felizes
À revelia da alma do poeta.
E hoje são os meus filhos.
domingo, 15 de março de 2015
sábado, 14 de março de 2015
quarta-feira, 11 de março de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
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