Remende-se primeiro, meu poeta:
Encaixe as suas rótulas, junte as suas costelas,
Ligue os seus tendões, costure os seus supercílios.
O seu corpo anda tão capenga
Pra novos arroubos do coração.
Mas você, meu poeta,
É um jardineiro teimoso:
Não vive sem sujar as mãos
De nuvens e as unhas de terra.
Então, pule.
Bata de novo
A sua vértebra
Contra os corais.
A pérola só veremos
Depois da cegueira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário