sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sala de bate-papo

Diga lá, passarinho.
Qual a boa nessa manhã de sexta?
Ontem à noite vi pela janela do quarto
Que ventou assustadoramente. Confesso
Que temi pelo ninho. Os galhos das oiticicas
Pareciam demônios. Tolice minha, claro, os ninhos
Dos bem-te-vis suportam tempestades e outras tragédias.

Mas ontem à noite
Os ventos chegaram
A me assustar, passarinho.

Como estão os filhotes?
E a patroa?

Sabe, amigo passarinho,
O que devemos temer
(poetas e bem-te-vis)

É outro tipo
De temporal.

Não me faça esse biquinho de desentendido,
Seu malandro: sei das suas aventuras
Aladas com aquelas andorinhas
Dos fios de alta tensão.

É perigoso, passarinho.
Quando a gente menos espera
Somos aprisionados em gaiolas.

No mais, é isto.
Cuide-se e se o vento soprar com força
Traga logo toda a família para meu quarto.

A janela estará
Sempre aberta.


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