terça-feira, 1 de abril de 2014

em cada ouvido cigarras

Agora não tem volta.
O que fiz da vida,
senão escrever
poemas.

E há aqueles tristes
estarão mortos antes
de mim a envergonhar-me.

E outros felizes
serão gracejos e tolice.

Olho para trás
e não há volta.

Não devia ter escrito
um poema sequer.

Agora estou marcado
na palma da mão
como algo
dúbio.

Não plantei flores.
Não acariciei cabelos.

Escrevi poemas
e estou perdido
por isso,

sem lamentações
mas lamentavelmente.


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